Março Roxo reforça conscientização sobre a epilepsia
Doença neurológica que atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo
A epilepsia é uma doença neurológica que pode afetar pessoas de diversas idades e por várias motivações, caracterizada pela presença de crises convulsivas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ela atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.
Nesta quarta-feira (26), Jota Batista, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, conversou no Canal Saúde com o neurologista João Gabriel Ribeiro, que falou sobre a epilepsia.
Acompanhe a entrevista acessando os players abaixo.
O neurologista João Gabriel Ribeiro explicou o que é epilepsia
“Então, o nosso sistema nervoso tem vários fios que conectam várias áreas. E quando um impulso elétrico trafega por um lugar que não era para trafegar e ele estimula áreas que não era para estimular, a gente pode ter uma crise epilepsia. Então seria um fio desencapado que tá dando uma faísca e a qualquer momento pode gerar um choque.”
Neurologista Dr. João Gabriel Ribeiro/Foto: Divulgação
Ao ser perguntado sobre quais casos é mais comum o indivíduo ter epilepsia, explicou
“A gente sabe que a incidência em países emergentes, como o Brasil, tá algo em torno entre 1 e 2% da população tem epilepsia. Então a gente já sabe que 1 a 2% vai ter epilepsia. Pessoas que têm pais ou parentes de primeiro grau com diagnóstico de epilepsia, têm um risco aumentado.”
O Dr. João Gabriel Ribeiro falou sobre qual momento da vida a epilepsia geralmente se manifesta
“Existem dois picos de aumento da incidência das crises epilépticas, 1 é o nascimento, então crianças, 2 os idosos. Na população 1, que são as crianças, as principais causas seriam as epilepsias genéticas, infecções, malformações. Já a população 2, mais idosa, infecção, distúrbios hidroeletrolíticos, AVC são as principais causas."
Ao ser perguntado se a epilepsia tem cura, o neurologista João Gabriel afirmou
“Mais ou menos, Jota. Tem vários tipos de crises epilépticas que são autolimitadas. São pacientes que têm crises epilépticas um período da vida e com a medicação eles ficam curados. Então, existe a possibilidade de após um tempo tomando a medicação, a depender de algumas coisas, o paciente pode sim ter cura com a medicação.”
João Gabriel Ribeiro ainda continuou
“E caso não tenha resultados com a medicação, esse paciente necessita de um estudo para avaliar cirurgia. Então nós temos hoje vários tipos diferentes de cirurgia para que possa controlar essas crises epiléticas, em alguns tipos, em algumas vezes, nós podemos curar as crises epiléticas do paciente a depender da causa.”
Em caso de crise epiléptica, é essencial agir rapidamente para garantir a segurança da pessoa afetada. Deite-a com cuidado em um local seguro e afaste objetos que possam causar lesões. Proteja sua cabeça com um objeto macio, sem tentar segurar seus movimentos ou inserir qualquer coisa em sua boca. Levante o queixo e vire a pessoa de lado para evitar a aspiração de saliva ou vômito.
Também é preciso afrouxar as roupas, especialmente ao redor do pescoço, e assegure-se de que a boca esteja limpa e seca, facilitando a respiração. Se a crise durar mais de cinco minutos ou se ocorrerem novas convulsões antes que a pessoa recupere a consciência, trate a situação como uma emergência médica e chame imediatamente uma ambulância.