Nutrição infantil: os filhos são reflexos dos pais
Quem alerta sobre o tema é o nutricionista Cleydson Sobral, no Canal Saúde desta quarta-feira (11)
Dos 207,8 milhões de brasileiros, 96 milhões estão acima do peso, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, quase a metade da população do Brasil está na faixa de sobrepeso ou de obesidade. Hábitos saudáveis têm mais chance de acompanhar o adulto quando aderidos na infância. Como a população brasileira, no geral, está sofrendo com o mal da obesidade, as crianças também são afetadas. Para tratar do assunto, o apresentador Jota Batista entrevistou, no Canal Saúde desta quarta-feira (11), o nutricionista Cleydson Sobral.
Segundo o nutricionista, as crianças adquirem hábitos alimentares não-saudáveis por repetirem o comportamento dos pais ou responsáveis.
Como os adultos têm hábitos inadequados, termina que os filhos reproduzem o comportamento dos pais. Através disso, vemos com maior incidência o aumento da obesidade infantil e, consequentemente, de doenças como a diabetes infantil”, afirmou Cleydson Sobral.
De acordo com o profissional, um dos fatores que explica o aumento da obesidade no Brasil é o crescimento da oferta de alimentos industrializados no mercado.
Em relação aos últimos 40 anos, a obesidade vem crescendo cada vez mais, de forma exponencial. Se observarmos a década de 80, essa oferta de produtos industrializados era praticamente inexistente. A gente tinha o hábito de comer comida ‘de verdade’, aquela comida do campo”, afirmou.
O nutricionista continuou, ainda, atribuindo à Revolução Industrial, que começou na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, o aparecimento e conquista de espaço de alimentos não-saudáveis, na intensidade que são ofertados atualmente, o que influencia na obesidade da sociedade.
Com o processo da Revolução Industrial, aumentou muito a incidência de alimentos industrializados, ricos em açúcares, em gordura, e, consequentemente, fez com que aumentássemos a nossa oferta calórica. Na década de 60, a gente tinha o consumo médio de 2.200 quilocalorias, enquanto hoje nós temos um consumo médio de 3.200 calorias. Como consequência, aconteceu o ‘boom’ da obesidade, em paralelo ao aumento das doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes, hipertensão e até alguns tipos de AVC”, declarou.
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