Pesquisa sobre violência contra as mulheres e a relação com os maus-tratos aos animais é iniciada
O objetivo do estudo é comprovar a relação da violência animal X humana e criar mecanismos de enfrentamento
Uma pesquisa do DataSenado, realizada em novembro de 2023, alerta sobre o número alarmante de violência contra a mulher no Brasil. Três a cada 10 mulheres entrevistadas, afirmaram ter sido vítimas de violência doméstica. Pernambuco está entre um dos estados brasileiros que mostra o crescimento dos casos, tendo registrado uma vítima de violência a cada quatro horas. Mas o que muita gente não sabe é que os maus-tratos aos animais pode ser um indicativo dessa situação.
Isso é o que diz a "Teoria do Elo", que relaciona a agressão contra os animais à violência contra aos mais vulneráveis, crianças, mulheres e idosos.
Visando diminuir esses números e trabalhar políticas públicas e ações preventivas, a ONG Ampavoz, em parceria com o Instituto Xegaamiga, iniciou uma pesquisa, com o apoio da Delegacia da Mulher do Recife para a coleta de dados com o intuito de comprovar a relação entre maus-tratos aos animais e a violência doméstica.
“Essa pesquisa tem o sentido de nortear o desenvolvimento de ações preventivas e políticas públicas para diminuir os casos de violência doméstica, tendo como parâmetro os casos de maus tratos aos animais nas residencias”, explica a ativista Goretti Queiroz.
Além de ataques físicos, morais, sexuais e patrimoniais, existe a violência psicológica e é nesse cenário que a ameaça aos animais domésticos tem se tornado cada vez mais comum.
“Os agressores usam os animais como fator de coação, negligenciando e agredindo-os para atingir a família," relatou.
A ativista ainda faz um alerta para as pessoas que presenciarem casos de maus-tratos aos animais. “Muita gente me procura para denunciar maus-tratos e esses casos podem estar relacionados à violência doméstica e devem ser investigados.
A pesquisa, que foi iniciada em fevereiro deste ano, vai atualizar a que foi realizada em 2012 , quando essa teoria do link foi comprovada em mais de 50% das mulheres entrevistadas.
Após a conclusão do estudo, que tem um prazo de 6 meses, o documento seguirá para a Secretaria de Defesa Social e para o Ministério Público de Pernambuco para que medidas preventivas sejam tomadas.