São João: crianças autistas sofrem com barulhos de fogos de artifício
O limite para quem é hipersensível a ruídos é de 90 decibéis, enquanto a maioria das pessoas suporta até 120 decibéis
Com a chegada do período junino, a queima de fogos de artifício no São João pode ser um problema muito grande para famílias que têm crianças com hipersensibilidade auditiva. A presença dos fogos barulhentos pode causar imenso desgaste e sofrimento para esses indivíduos e suas famílias. A maioria das pessoas suportam barulhos de até 120 decibéis, porém, o limite para quem é hipersensível a ruídos é de 90 decibéis (unidade que mede a intensidade sonora). Para falar sobre o assunto, a âncora da Rádio Folha 96,7 FM, Patrícia Breda, conversou, no Canal Saúde desta segunda-feira (12), com a terapeuta ocupacional da Clínica Ninho, Bruna Souto.
A profissional definiu o que é a hipersensibilidade auditiva.
“É o que chamamos de disfunção de integração sensorial, ou seja, os estímulos sensoriais não são integrados corretamente no cérebro da criança ou de qualquer ser humano”, explicou.
De acordo com Bruna Souto, crianças autistas com hipersensibilidade auditiva não processam o estímulo sonoro corretamente no cérebro, o que faz com que ele a chegue de forma muito exacerbada.
“Muitas crianças que têm o transtorno do espectro autista possuem uma tendência a ter a hipersensibilidade auditiva, além de outras disfunções de integração sensorial. Quando se fala, então, de fogos de artifício, se fala de sons estrondosos e repentinos que não são esperados. O que seria um estímulo tranquilo para a maioria das pessoas, para algumas crianças é aversivo, comparado, em alguns casos, a um estímulo doloroso”, afirmou.
É importante, segundo a terapeuta, que haja comunicação para que as crianças hipersensíveis a ruídos entendam o que está acontecendo.
“Tentar explicar para a criança que aquilo vai acontecer, os fogos de artifício. Antecipe a ela o que está por vir se utilizando, inclusive, recursos visuais como fotos e vídeos do São João. O principal é a conscientização da população, pensando nessas crianças que não entendem o porquê daquilo e sentem essa sensação tão ruim”, declarou.
Você acessa a entrevista na íntegra através do player abaixo: