Sete milhões de brasileiras sofrem de endometriose, mas doença é negligenciada
Hoje, no Brasil, são cerca de 7 milhões de mulheres que têm a rotina e a qualidade de vida afetadas em função da endometriose
Ontem, 13 de março, foi celebrado o Dia Mundial da Luta contra a Endometriose. A data serve para evidenciar o enfrentamento da doença e alertar para o diagnóstico precoce através de exames. Quem atua no combate a esta condição redobra esforços em março, mês da mulher, para que a doença seja conhecida, esclarecida e que as mulheres que suspeitam dela busquem diagnóstico e atendimento médico adequado.
No Brasil, a cada grupo de dez mulheres uma sofrem com endometriose, doença que apresenta dor intensa e crônica como sintoma mais comum. Nos últimos anos, a endometriose ganhou evidência com a revelação de algumas celebridades que sofrem com esta condição. Foi o caso da cantora Anitta e da atriz Larissa Manoela, que usaram as redes sociais para falar dos sintomas.
Pacientes como elas, jovens e em idade reprodutiva, têm ainda a ameaça de problemas de fertilidade. O problema é que nem sempre quem tem a doença sabe identificá-la. Por isso, sequer cogita tratamento.
Hoje, no Brasil, são cerca de 7 milhões de mulheres que têm a rotina e a qualidade de vida afetadas em função da endometriose, muitas das quais com agravamento de dores no período menstrual. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Há muito o que se falar de endometriose, esclarecer mitos e verdades sobre a doença. E para falar mais sobre o assunto, Jota Batista, âncora da Rádio Folha FM, conversou no Canal Saúde com a radiologista Andréa Leite, do Lucilo Ávila e professora da Universidade Federal de Pernambuco.
A especialista traz dados alarmantes sobre a endometriose
“A doença realmente afeta milhões de mulheres tanto no mundo quanto no Brasil e muitas mulheres são sub diagnosticadas, por falta de informação mesmo, às vezes da própria mulher, às vezes é de uma orientação ou condução menos precisa. E a mulher que tem sintomas mais severos, como cólicas intestinal, como cólicas menstruais, que sentem dor na relação sexual, que tem mudanças de hábito intestinal durante o período menstrual, precisa procurar o especialista, um ginecologista, já que ter cólicas menstruais não é normal, e fortes então a gente precisa não normalizar essa dor pélvica crônica na mulher, então procurar o ginecologista é necessário e fazer exames específicos nesse sentido.”
A radiologista Andréa Leite também detalhou os principais sintomas da endometriose como as cólicas severas
“A cólica menstrual leve no período menstrual, ela é passível, ela é aceitável, mas 80% das pacientes com endometriose vão ter uma cólica forte. Então essa cólica precisa ser investigada. O sangramento menstrual excessivo, ele vem muito associado com adenomiose que muitas vezes está presente junto da endometriose. Eu sempre falo para as minhas pacientes que elas são primas irmãs. Então esse tipo de sangramento excessivo, ele pode acontecer em conjunto do quadro da endometriose, e aproximadamente 80% das pacientes com endometriose vão ter realmente cólicas intensas e dores na relação sexual. Mas tem uma parcela pequena de pacientes que já na menopausa e que tiveram endometriose a vida inteira, mas elas não sentiram tanta sintomatologia, então tem essa pequena porcentagem. Mas aqui nós trazemos o alerta de cólicas menstruais fortes, dor na relação sexual e dor ao defecar no período menstrual precisam ser investigadas”
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