Cerveja é preferência para homens e mulheres brasileiros, aponta pesquisa
Apesar da prevalência do homem branco e heterossexual no Sudeste, a bebida segue como predileção nacional em 2022
Que o brasileiro é um exímio bebedor de cerveja, não há papo de bar que conteste a afirmação. Mesmo a caipirinha fazendo a festa, eles e elas preferem a “gelada” – em uma quase unanimidade que traz curiosidades, inclusive sobre o gênero que, somado a outros fatores, vieram à tona em pesquisa recente sobre o Retrato dos Consumidores de Cerveja de 2022, com dados da terceira edição organizados pelo podcast Surra de Lúpulo, criado por Ludmyla Almeida e Leandro Bulkool.
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Integram o conteúdo, hábitos de consumo de brasileiros com resultado que podem culminar em reflexões para o mercado cervejeiro.
Onde, como e quando?
Os questionamentos foram direcionados a dois públicos: os que consomem exclusivamente cervejas tidas como populares e os que, além delas, bebem as chamadas artesanais, e em meio a esses fatores, o perfil demográfico, ocasiões de consumo, local de compra e gasto mensal também foram levados em conta.
De pronto, os dados trouxeram a cerveja como a preferida entre amigos, homens ou mulheres, mas com tendência a beber sozinho de 61% para eles e 50% para elas.
Quanto ao gênero e a cor do bebedor de cerveja artesanal, de acordo com a pesquisa, tem maioria dos consumidores no Sudeste – em seguida o Nordeste - de homens heterossexuais (73,56%) e brancos (77,98%), e de perfil cada vez menos jovem.
E de uma forma geral, 85,29% consomem a cerveja tradicional e a artesanal, já quem prefere apenas a comum soma 14,71% - com um recorte nesse perfil que demonstra equilíbrio: 42,35% são mulheres e 56,72% homens.
Já o público feminino que consome também as artesanais é de 25,88%, fato que levou a pesquisa à conclusão de que a mulher é interessada em cerveja, mas é preciso formas de divulgação e de atração para as artesanais de maneira distinta do que é feito para os homens.
O consumo local
“Se a gente for traçar uma média do consumo de cerveja em Pernambuco, falando de cerveja especial, premium, gourmet, artesanal, os números são similares ao que a pesquisa apresenta sobre o maior consumo, por exemplo, de homens heteros e brancos. Mas o nosso maior volume está entre as mais populares, as que estão disponíveis nos supermercados e bares, então o perfil seria ainda de homem e heterossexual também, mas de negros. Já no setor artesanal é igual ao que ocorre no Sul e Sudeste”, ressaltou Filipe Magalhães, sócio da pernambucana Cervejaria Babylon e membro da Associação Pernambucana de Cervejarias Artesanais (Aperceva).
Ainda dentro da realidade do consumidor local, Filipe destaca peculiaridades dos que bebem cerveja, em especial a artesanal: “O pernambucano dá valor ao que é produzido aqui”, afirmou, em conversa com a Folha de Pernambuco.
“Quando falamos de cerveja vai ter quem gosta da artesanal e vai dar valor porque ela é daqui, mas há o contraponto com quem não bebe cerveja mas consome a marca, como a Heineken, por exemplo - atualmente a mais consumida do Estado”, complementou Filipe.
A hora de comprar
Acerca da decisão de compra da cerveja, a pesquisa aponta fatores como estilo, custo-benefício, preço e indicações de amigos como pontos fortes dos brasileiros, que têm uma média mensal de gastos de R$ 201 a R$ 400 – valores que pairam em R$ 100 por mês para 29,82% entre os que consomem apenas cervejas comuns.
Quanto ao momento do consumo, quanto mais especial a ocasião, mais a artesanal ganha espaço, isso inclui jantares românticos e aniversários, por exemplo. Lógica que não segue em churrascos, esportes e boates, em que o ‘tanto faz’ prevalece entre a comum e a artesanal.
Para Ludmyla Almeida, a pesquisa além de ir em busca de quem são os consumidores de cerveja, mapeou também gargalos do mercado com o intuito de ampliação da base do consumo das cervejas especiais.
“Trouxemos insights, entre eles o principal motivo apontado para o não consumo das artesanais ser a falta de informação sobre o produto, fato que atinge pelo menos 39,72% do público, já o preço chega a influenciar 24,82%”.