Confira mitos e verdades sobre a intolerância à lactose
Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2016, mais de 50% da população brasileira afirmou ter algum desconforto após ingerir laticínios
A lactose é uma substância, que é o açúcar presente no leite, portanto também encontrado em todos os seus derivados tradicionais. E por ser um macronutriente, que pertence ao grupo dos carboidratos, para que ela seja aproveitada é preciso enzimas digestivas específicas, naturalmente existentes no sistema digestivo. Contudo, algumas pessoas não possuem essa enzima (lactase) e apresenta a famosa intolerância à lactose.
Intolerância ou alergia?
Antes de tudo é necessário ressaltar que alergia e intolerância são coisas distintas. Enquanto a primeira envolve o sistema imunológico e é causada pela proteína do leite (caseína), a segunda pode se resumir à dificuldade digestiva do carboidrato lactose.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2016, mais de 50% da população brasileira afirmou ter algum desconforto após ingerir laticínios. Desse modo, em relação à intolerância à lactose, os sintomas mais comuns são gases, empachamento, diarreia, cólicas.
"Diante de quadros de intolerância, sugere-se evitar leite e derivados. Hoje em dia, o mercado ajuda com uma gama de alternativas isentas deste elemento, ou então, ocasionalmente, sugere-se fazer uso externo de enzimas digestivas. E sabendo que a lactose é um carboidrato, compreende-se que ela não é insubstituível e a mesma não tem nada a ver com o mineral cálcio. São elementos distintos’’, explica a nutróloga Juliana Galvão.
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As polêmicas ao redor
E mesmo com vários benefícios (para os tolerantes), como a melhor absorção de nutrientes como o cálcio, magnésio, zinco e manganês, a lactose é rodeada por polêmicas. Há quem defenda e há quem prefere optar por não consumir com receio de adquirir tal condição. Mas, segundo Galvão, nem todo mundo possui "intolerância natural".
Apesar de ser um mito, ao longo da vida, o que pode acontecer é a diminuição progressiva da capacidade de digestão do carboidrato. Outro ponto que merece destaque são os produtos que o mercado oferece como "zero lactose". "É importante ficar atento. Alguns alimentos são realmente isentos, outros tem a lactose "digerida" ou produtos acrescidos da enzima que quebra a lactose. Pra quem tem intolerância pode até funcionar, mas não ajuda em casos de alergia ou intolerância a outros componentes", alerta a médica.
Mais um fator que causa dúvidas nas pessoas é se o paciente pode voltar a consumir esse tipo de carboidrato. “Pode voltar a consumir pequenas quantidades, sempre respeitando os sintomas. E existe a possibilidade do uso da enzima para ajudar em ocasiões especiais", comenta Juliana.
Diagnóstico
A intolerância pode ser dividida em: a deficiência congênita (problema genético), a primária (diminuição natural e progressiva na produção de lactase) e a secundária (a produção é afetada por doenças intestinais, como diarreia). O diagnóstico pode ser feito através de avaliação clínica, de intolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes.
Serviço
Juliana Galvão (Nutróloga)
Endereço: Edf. Centro Miguel de Cervantes, 113, sala 104, Ilha do Leite
Instragram: @DraNutrologa