Vinho

Conheça o trabalho de um sommelier

Mulheres comentam sobre o exercício de ser especialistas em vinhos

Vinho é apresentado por profissionais de casasVinho é apresentado por profissionais de casas - Foto: Paullo Almeida/Folha de Pernambuco

Por muito tempo, o vinho estava atrelado a um universo masculino. Entretanto, a bebida, que tem conquistado os brasileiros nos últimos anos, tem tomado outro sentido por causa da expansão de mercado, produção nacional e seus profissionais envolvidos. Um deles é o sommelier. Ou a sommelière. Neste domingo (29), comemora-se o dia desse(a)s profissionais que são responsáveis por cuidar da carta de bebidas nos estabelecimentos. Seja em consultoria de casas e lojas, na apresentação do salão ao público ou à frente de empreendimentos, as mulheres têm conquistado esse espaço e mudado os rumos do mercado.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O avanço das mulheres vem como uma reformulação histórica do sommelier. A origem do termo surge a partir da "escansão" - homem responsável por provar o vinho antes de levar ao rei para garantir que não haveria veneno na bebida. Já no século 19, quando Paris se tornou um centro mundial da gastronomia, esse profissional ficou assegurado de garantir a qualidade dos vinhos nos restaurantes parisienses.

Amanda LoyoAmanda Loyo. Foto: Divulgação

No Brasil, segundo Lolô Riccobene, sommelière e empreendedora do setor, essa tradição chega um pouco mais atrasada, na década de 1970. Ela relata que esse profissional, muitas vezes, não é um capital valorizado pelos restaurantes. “O que faz a diferença para um sommelier ficar numa casa é a valorização desse capital humano e tentar colocar no salão diversidade. Aqui no Rio de Janeiro, temos o projeto TransGarçonne, da UFRJ, que fomenta cursos na área de gastronomia e sommelière para pessoas que estão em condições de risco na sociedade brasileira”, explica Lolô.

Diversidade e aproximação

Se antes a estrutura entre o sommelier e o cliente era mais rígida - em que ele oferecia uma grande cartela de vinhos diante de um uniforme formal -, hoje Lolô pontua que o principal diferencial que a casa pode ofertar é a diversidade, tornando o contato com o consumidor mais convidativo. “Eu acho que o dono do restaurante precisa olhar hoje para a diversidade. Você precisa se aproximar da realidade do seu cliente. Esse é o primeiro ponto. E o segundo ponto é incluir mais mulheres na sala de atendimento. A gente tem um modo muito delicado e gentil de tratar o vinho”, conclui Riccobene.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Elas são maioria nas formações

E não é por falta de formação que as mulheres ainda não ocupam esses espaços. Amanda Loyo, que trabalha com consultoria e educação na área dos vinhos, conta que a presença feminina nos cursos tem sido massiva. “Em relação ao público que frequenta os cursos e os eventos, duas coisas são bem nítidas. Um é a quantidade de mulheres que procuram esses cursos. Eu vou dar um curso, que é o meu primeiro desde a pandemia, e teve uma super procura. Só teve um homem inscrito. Nesses últimos três anos, eu sei que o público feminino está muito interessado em participar dos cursos e jantares”, frisa Loyo, que tem 15 anos na área.

Amanda também oferece consultorias a lojas, restaurantes, delicatessens e importadoras, e também nota a procura dessas empresas em melhorar o mix de produtos. “Tem uma nova leva de vinhos e delicatessens, que têm buscado atingir esse público que quer consumir vinhos. E querem também melhorar o atendimento. Então, quando dou uma consultoria para mudar a cartela de vinhos, também ensino como deve-se atender o cliente”, pontua.

Vinho em casa

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Uma das alternativas na pandemia é fazer clubes de vinho em casa. Fabiana Gonçalves, jornalista e sommelière profissional, atende do público iniciante ao avançado, fazendo eventos on-line mensalmente. “Eu envio vinho para a casa das pessoas. E a gente faz em um determinado dia e horário a degustação guiada”, afirma. “Eu conto um pouco da história, da região, da uva. Faço uma introdução e depois a gente vai degustando, fazendo comentários sobre cada um.”

Fabiane começou a carreira com um blog, mas logo depois se especializou na área. Em busca de oferecer mais espaços a outras mulheres no Estado, está sendo criada a Associação Pernambucana de Mulheres do Vinho. “É um projeto que visa unir mulheres, que atuam nesse meio tão machista, e também ajudar mulheres que trabalham em outras áreas da gastronomia ou que querem empreender na área do vinho”, explica Fabiane.

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