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Cuia Café, em São Paulo, é lugar para perder a noção do tempo; conheça o restaurante

No térreo do Copan, a chef Bel Coelho oferece criatividade gastronômica e experiência gostosa em São Paulo

O Cuia Café fica no térreo do edifício Copan, em São PauloO Cuia Café fica no térreo do edifício Copan, em São Paulo - Foto: Lucas Terribli/Divulgação

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Bel Coelho é uma veterana. Formada pelo Culinary Institute of America (CIA), de Nova York, a chef de cozinha acumula bagagens (afetiva e profissional) cheia de referências familiares e atuações em casas de calibre estelar, como o Payard, em Nova York, e o El Celler de Can Roca, em Girona, na Catalunha, além do brasileiro D.O.M. de Alex Atala. 

Bel pilotou outras casas e projetos gastronômicos, como o Clandestino, que funcionou até 2020, que certamente ajudaram na construção da proposta do seu atual, e descolado, o Cuia Café, instalado no térreo do icônico e hypado edifício Copan, no centrão da cidade de São Paulo, onde divide o espaço com a ótima livraria Megafauna.

Uma delícia de lugar para começar com um almoço, ou brunch, com amigos e perder a noção do tempo. A casa funciona non stop, de terça a domingo. 

Não é preciso muito para saber o porquê. Bel é exímia em reunir referências de forma harmônica, mas com muita personalidade. O Cuia oferece isso. Criatividade e qualidade técnica.

A chef mantém ainda o garimpo de ingredientes oriundos de comunidades locais e fortalecimento de cadeias produtivas de camponeses agroecológicos, povos originários, quilombolas e agricultores familiares. Uma marca do seu trabalho. 

À mesa, uma festa 
Livre de amarras conceituais, o cardápio do Cuia é uma verdade festa. Come-se um excelente, e clássico, steak tartare, ou ainda um filé de peixe filhote com salada de feijão manteiguinha, farinha d’água e molho de tucupi, levando o comensal diretamente para Belém. 
 

Baião de dois nordestino ganhou sotaque paraense com oi feijão manteiguinha. Foto: Divulgação


Em dias cuja temperatura cai, em se tratando de São Paulo isso pode ocorrer do absoluto nada, o lámen com caldo apimentado de curry e barriga de porco, mais castanha de caju, pimenta baniwa e pimenta de cheiro é dica certeira para dar um 'chega pra lá' na friaca.

Ainda sobre as brasilidades que Bel ama explorar, o baião de dois nordestino ganhou o sotaque paraense com a subsituição do feijão tradicional da receita pelo manteiguinha, pimenta de cheiro, abóbora defumada e linguiça artesanal  - com versões vegetariana e vegana.

A costelinha de porco em molho de melaço de cana com canjiquinha, cogumelos e couve kale (couve-de-folhas) faz brilhar os olhos diante de uma alquimia tão potente, ao estilo Bel Coelho, nada óbvia. 

Na categoria de sobremesas, o toucinho do céu de castanha de sapucaia com creme de puxuri e laranja faz uma alusão a uma das suas decendências, reinventando o acepipe português.

Enquanto a musse de chocolate, doce de bacuri, creme de cumaru e farofa de castanha-do-Pará vai acertar em cheio os fãs das frutas e frutos do Norte do Brasil. Em tempo. O chocolate utilizado na receita é bean to bar baiano.

Drinques com assinatura
Coquetéis refrescantes completam a experiência deliciosa do Cuia, em caro prestigiado Jean Ponce (Guarita) e Paulo Leite.

Valendo dicas, o próprio restaurante destaca alguns drinques queridinhos. O tucupi sour leva rum defumado, angostura de cacau, melado de cana, limão, aquafaba, tucupi negro e nibs de cacau. O treme é preparado com bourbon, limão, espuma de jambu e pó de jabuticaba, enquanto o selva leva cachaça, shrub de caju e pimenta, limão, bitter de laranja.

Mais sobre Bel Coelho
Bel Coelho descobriu cedo sua vocação. Paulistana, de uma família de apreciadores da boa mesa, com ascendência portuguesa e italiana, tem em sua memória afetiva uma forte ligação com a cozinha e seus sabores. 

Tornou-se conhecida a partir de 2003, como chef do restaurante Madelleine. No ano seguinte passou a comandar a cozinha do Sabuji e recebeu o prêmio de Chef Revelação oferecido pelo júri da Veja São Paulo
Comer e Beber. 

De lá para cá, Bel comandou diversos restaurantes e criou o Clandestino, que surgiu de jantares em casa para amigos e familiares, nos quais se ocupava de tudo: arranjo de flores, decoração, trilha sonora, detalhes de mesa e claro, a comida. 

O projeto cresceu e ganhou endereço fixo, no bairro Vila Madalena, que funcionou até 2020, onde eram oferecidos menus degustação de 12 a 15 etapas a cada temporada, conforme evoluíam as pesquisas culturais e de produtos nativos brasileiros realizados pela chef. 

SERVIÇO
Cuia Café
Endereço: Av. Ipiranga, 200, loja 48, República, São Paulo
Informações: (11) 93100-7700
Instagram: @cuia_restaurante
 

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