Logo Folha de Pernambuco

Gastronomia

Culturas orientais sugerem o equilíbrio do corpo através da alimentação consciente

Conheça as práticas alimentares voltadas para a saúde, que são defendidas por diferentes culturas

Saberes e crenças alimentares resultam de um conjunto de códigosSaberes e crenças alimentares resultam de um conjunto de códigos - Foto: André Nery/Folha de Pernambuco

A pandemia colocou luz sobre os alimentos que ajudam a proteger o corpo em sua total complexidade. No entanto, comer para blindar o organismo ou mesmo acelerar processos de cura não é benefício com comprovação recente. Culturas orientais miram na longevidade, a partir da ingestão de produtos que passam por frutos do mar, vegetais, soja e muita comida integral capaz de equilibrar até o que os olhos não enxergam. 

 

Para se ter uma ideia, pelo menos 48 em cada cem mil pessoas alcançam um século de vida no Japão. É, comprovadamente, o País com maior número de centenários do mundo. E, claro, em uma combinação milenar de vários hábitos, está a maneira como escolher e utilizar os alimentos para o dia a dia. Na China, por exemplo, há regiões em que a idade média da população chega aos cem anos de idade. 

Exemplo oriental

Enquanto no Ocidente, a escolha dos ingredientes se dá pelo seu valor nutricional, nos países orientais a prevenção parte de perguntas como: “o meu intestino está bem o suficiente para receber, triturar e extrair a energia de nutrição desses alimentos?”. É o estado do corpo, a partir de orgãos centrais, como baço, fígado e estômago, que define uma ingestão mais eficiente.

 Segundo a jornalista e terapeuta integrativa Jamille Coelho, se o organismo não está pronto para receber um cardápio nutritivo, entram em cena os cuidados fitoterápicos e à base de chás. “A gente não pode ingerir abundantemente alimentos com temperatura muito inferior ao do nosso corpo, fragilizando a saúde dos órgãos naturalmente quentes”, explica.
 

Consumo apropriado 

Pelas bandas de cá, é comum montar a mesa a partir do que agrada aos olhos e ao paladar. Não à toa, predominam os itens doce e salgado. “Enquanto a teoria chinesa leva em conta todos os sabores. Os amargos vão fortalecer o coração, enquanto os azedos ajudarão o fígado e os picantes o pulmão. Já os doces naturais, como beterraba, jerimum e até o arroz, considerado doce pelos chineses, ajudam o baço. Peixes, crustáceos e aveia beneficiarão os rins. É dessa forma que há um convite para equilibrar tudo, inclusive as emoções”, completa Jamille, reforçando que não exite um protocolo padrão. Cada indivíduo deve ser abastecido a partir das suas necessidades.

 Para quem sofre com retenção de líquido, a orientação é consumir itens que drenam o corpo, como arroz e cará, evitando ainda alimentos frios e crus. Já a recomendação para pessoas ansiosas é evitar bebidas quentes e comidas apimentadas. Também na lista de restrições, excesso de glúten e farinha de trigo são grandes estimuladoras de muco.

Com base macrobiótica

O fato é que toda cultura traz seu manual de saberes e práticas seculares. Ainda no contexto oriental, a filosofia macrobiótica, que também tem influência da teoria Ayurveda indiana e a Medicina Tradicional Chinesa, é difundida em várias partes do mundo desde os anos 1950, na busca de um equilíbrio completo do corpo.

“O fundamental é seguir a ordem da natureza, o que significa se alimentar de acordo com as estações, o clima e a região onde vivemos, dando preferência a alimentos integrais, vegetais, orgânicos e locais, se possível. O arroz integral reina como prato principal, seguido de  feijões, raízes, legumes e verduras cozidas, em conservas e crus, nas proporções sempre adequadas a cada um”, defende o artista e chef culinário, Mário Acioly.

 Há anos, Mário pesquisa o assunto, defendendo a dieta macrobiótica como uma escola de auto-reconhecimento e auto-condução. “Estimulando a boa mastigação e salivação dos alimentos, sempre que possível em ambientes tranquilos. E não se trata de uma dieta vegana, pois extraordinariamente fazemos uso de pequenos peixes, aves livres e também ovos”, finaliza.

Veja também

50 Best: Ranking vai revelar os 50 melhores restaurantes da América Latina, no Rio de Janeiro
50 BEST 2024

50 Best: Ranking vai revelar os 50 melhores restaurantes da América Latina, no Rio de Janeiro

Festival Bar em Bar encerra edição com evento aberto em Boa Viagem
ENCERRAMENTO

Festival Bar em Bar encerra edição com evento aberto em Boa Viagem

Newsletter