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Gastronomia

Dia do Garçom: conheça histórias de profissionais antigos no Recife

Próximo dia 11, Dia do Garçom, é tempo de exaltar a importância de uma das profissões mais antigas do mercado

Antônio Arlindo é conhecido pela simpatia no atendimentoAntônio Arlindo é conhecido pela simpatia no atendimento - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

É mais um dia de trabalho na rotina do garçom Roberto Carlos Sousa. Ao atender uma mesa, seu nome até permite uma brincadeira que ele escuta há tempos dos clientes: “vamos cantar o que hoje, Roberto?”. Esse contato direto com o público, permite uma relação de confiança, que ele vem conquistando ao longo de 25 anos neste ofício, atualmente dedicado ao salão do restaurante Papa Capim, no bairro das Graças. 
 


Roberto é um dos profissionais que comemora o Dia do Garçom, no dia 11 de agosto. A data refere-se a uma das atividades mais antigas da história. O ato de servir existe desde a Antiguidade, ganhando o formato de prestação de serviço a partir da Revolução Industrial. Não à toa, o termo “garçom” surgiu junto ao primeiro estabelecimento gastrô criado em 1765, em Paris, na França, e tem a livre tradução para o português de “rapaz”.

O primeiro contato

A depender do lugar, esse atendimento se modifica (e muito). “Ei, chefia”, “meu patrão”, “amigo”, “abençoado”...entre tantas outras formas de chamar entregam se o ambiente é formal ou mais descontraído. “Na hora de começar o atendimento, um bom dia ou um boa tarde de quem está na mesa já entrega como você pode chegar ali”, completa Roberto, que já passou por várias outras casas importantes do Recife e Região Metropolitana.

Mas quem vai ao bar Cia do Chopp, em Boa Viagem, já sabe: quando Joaquim Inácio está por lá, o beijo é garantido. Sim, com 50 anos de profissão, o Beijoqueiro, como é conhecido por todo mundo, ganhou esse nome desde a época em que retribuia o beijo dado pelas filhas do proprietário da casa, Tony Sousa. O afeto se espalhou, e hoje ele diz com orgulho que já bateu a marca de 500 beijos por dia distribuídos no salão do Cia. Homem, mulher, pequeno ou grande. Não há distinção.“Olhe que eu já me aposentei há oito anos, mas nem penso em parar. E todo mundo que chega aqui, pergunta: cadê o Beijoqueiro?”, comenta, com o histórico de quem já participou até do programa Encontro, com Fátima Bernandes.

Joaquim Inácio, o BeijoqueiroJoaquim Inácio, o Beijoqueiro, distribui beijos no Cia do Chopp (Foto: Divulgação)

Já dizia o Rei…

Se você olhar a atividade como um todo, verá que esse ofício vai além de bom atendimento e conhecimento do cardápio. Se der para pontuar outra habilidade, a de psicólogo cairia bem. Até porque, parafraseando o eterno Reginaldo Rossi, “no bar todo mundo é igual”. Assim, garante Antônio Arlindo, do Bar do Neno, no Parnamirim. Com 14 anos de salão, ele é um garçom bastante conhecido pela sua simpatia na abordagem. “Ah, as minhas histórias são longas. Tem gente que já se casou por conta de mim. Eu dei só aquele toque que estava precisando e, hoje, surgiu até família”, lembra.

Basta circular pela casa e comprovar o que ele está dizendo. Um dos clientes até entregou que há o apelido carinhoso de ‘Amendoim’. “Venho desde sempre e conheço todo mundo aqui pelo nome. O atendimento me faz voltar”, confirma o advogado Marcelo Wasen, de 27 anos.

Por dentro do mercado

No Recife, o curso de qualificação do Senac-PE oferece treinamento há pelo menos 50 anos, a partir das práticas pedagógicas oferecidas no restaurante-escola. Por ano, eles formam, em média, 200 alunos em uma carga horária de 240 horas. “O curso de garçom tem um nível de empregabilidade muito alto. O aluno tem a parte teórica e a parte prática dentro da empresa pedagógica, que são três: o restaurante-escola, a lanchonete-escola e o bar-escola”, explica Ana Ana Paula Félix da Silva, coordenadora pedagógica do Senac-PE.

É nessa vivência integral, que são desenvolvidas competências como controle de estoque, atendimento a clientes no setor de alimentos e bebidas, organização do salão, boas práticas de serviço, entre outras habilidades. “A procura, geralmente, varia muito entre o primeiro emprego ou mesmo mudança de área, pois é um setor que emprega bastante.Tem, ainda, um percentual grande de alunos que já trabalham no setor, mas não têm certificação comprovada”, analisa.

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