Intolerância ou alergia ao leite? Saiba a diferença
Especialistas falam como identificar os problemas relacionados ao consumo frequente da bebida típica das manhãs
O leite segue polêmico nos debates sobre saúde e alimentação. Isso porque mais pessoas estão se descobrindo intolerantes à lactose - açúcar específico dessa bebida. É tanto que a comunidade médica estima que 40% da população brasileira tenha desenvolvido hoje algum tipo de resistência. Tão incômoda e persistente quanto à alegria à proteína do leite de vaca (APLV), capaz de desenvolver ainda outros danos ao organismo. Você saberia diferenciá-los?
Os sintomas mais frequentes da intolerância são distensão abdominal, gases, náusea e sensação de empachamento. Tudo isso acontece porque as células intestinais estão com deficiência em produzir a enzima chamada lactase, responsável por quebrar o açúcar do leite em partículas menores, facilitando a digestão. “Por isso é tão comum nas crianças pequenas, porque elas ainda estão desenvolvendo o seu aparelho intestinal. Por outro lado, existe a intolerância que se desenvolve ao longo da vida, indicando a produção cada vez menor da enzima”, explica o nutrólogo Jêmede Valença.
Ainda segundo o especialista, como o Brasil é um dos grandes produtores mundiais de leite, as chances de o problema aparecer nas pessoas é grande. “Os sintomas, em algum grau, são mediantes às quantidades de consumo. Ainda assim, não é uma doença que gere malignidade ou esteja relacionada à mortalidade, mas libera mediadores inflamatórios”, completa Valença, relembrando os sintomas mais populares, como as várias sensações de incômodo.
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No caso de alergia
Embora os sinais sejam parecidos, a alergia à proteína do leite é mediada pelo sistema imunológico. “Existe a proteína do soro, que é o whey protein e a caseína, que normalmente são muito alérgicos, e o impacto disso é sistêmico. Ou seja, a pessoa pode ter dermatite, que são manchas na pele, ou mesmo coceiras. Além dos sintomas gastrointestinais, como diarreia, e até dores nas juntas”, aponta o nutrólogo. Esse é um quadro que se descobre cedo, também comum em crianças. No caso da intolerância à lactose, os efeitos são em diferentes condições. Segundo a nutricionista Helen Lima, pode revelar sintomas duradouros ou temporários. “O indivíduo, por conta de uma infecção intestinal, desencadeia essa resistência temporária. Normalmente, após esse período critico de infeção, ele se recupera e restabelece a estrutura intestinal, deixando de ser intolerante. A segunda forma é mais rara, porém cada vez mais comum, que é a congênita, quando a criança já nasce com o problema”, detalha.
No entanto, em ambas situações não há cura ou tratamento específico. “É identificar qual a limitação. Há gente que tolera alguns tipos de queijo em virtude da quantidade menor de lactose. Também há possibilidade de usar a enzima artificial para depois ingerir a lactose. Basta diluir ela em água antes da refeição. No mais, é observar as preparações que vão conter leite e tentar substituir de maneira coerente”, completa a nutricionista.

