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Coquetelaria

Negroni é o drinque mais consumido no mundo, segundo pesquisa

Levantamento de revista britânica aponta a bebida como a mais vendida no ano de 2021

Negroni Negroni  - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Se você é do time que pede drinque de sabor intenso e estilo arrojado, certamente tem como preferência o negroni. A bebida, à base de gin, licor italiano amargo e vermute tinto, é a opção mais consumida no mundo inteiro, segundo levantamento realizado pela “Drinks International”, publicação britânica voltada para o segmento de bebidas, que verificou a preferência nos 100 bares mais importantes do mundo todo. 


Essa é a primeira vez que a mistura vai para o topo da lista. Nos anos anteriores, quem dominava era o old fashioned, feito com bourbon, angostura e casca de laranja. Neste ano, além de cair para o segundo lugar, vem seguido por dry martini, margarita e daiquiri, numa lista que totaliza os 50 coquetéis mais vendidos no mundo em  2021. A justificativa, ainda segundo a publicação, está relacionada à ascensão dos bartenders italianos - país de origem do negroni, além da larga preferência pelas misturas com gin e a tendência dos drinques clássicos.

Um pedaço da Itália

A origem desse drinque gera histórias por todas as partes. Mas uma que é bem aceita entre os profissionais de coquetelaria diz que sua base começou na cidade de Florença, na Itália, por meio do conde Camillo Negroni, no ano de 1919. Eis, então, uma pedida centenária no mercado europeu. 

O tal conde frequentava muito o Caffè Casoni, onde costumava tomar o chamado americano, um drinque italiano clássico feito com Campari, vermute e água gaseificada. Ao pedir para trocar a água pelo gin, para ele ficar mais forte, começou a nascer, enfim, o drinque homônimo. Mas, não se engane, a paternidade também é questionada por franceses e até americanos. 

A dose perfeita
 
Segundo o bartender e mixologista da Pernod Ricard, Dilton Sales, existem várias versões de negroni. O que muda é o destilado base em doses iguais. “Mas sempre tem o bitter italiano e o vermute tinto - esse a gente fala de uma bebida à base de vinho e diversas ervas e infusões, dando um sabor amargo. Na versão original é acrescido o gin”, explica.

Ainda segundo o profissional, quando se coloca uísque, chama-se boulevardier. Com  espumante surge o sbagliato. Já com tequila, torna-se o mexican negroni. “Uma infinidade de opções, mas sem perder a base da receita”, completa. O resultado é uma mistura encorpada e de toque seco, mas extremamente aveludada. É sempre mexido, nunca batido e deve ser servido no copo “On the Rocks”, que é baixo, com fundo grosso e borda larga para liberar o aroma. Por fim, há o acréscimo de gelo e a decoração de uma fatia de laranja.

No mercado pernambucano
 
Embora a fama esteja consolidada, a aceitação do público do Nordeste acontece aos poucos. Para o bartender Everton Luck isso se dá pelo sabor intenso da bebida. “Por aqui, esse consumo é de quem já conhece de outros lugares, até mesmo fora do País, e já se acostumou com o toque amargo. Por outro lado, quem prova pela primeira vez não gosta”, diz ele, justificando que o maior percentual de consumo se concentra no Sul e Sudeste, com vendas alavancadas por ações como a Campari Week, voltada para a troca de informações sobre a bebida. No entanto, não param de surgir cardápios com destaque total ao produto. 

Para o bartender Bruno Amsterdã, do Pina Cocktails, o negroni é um clássico que se destaca bastante entre os outros drinques, pelo sabor, mas também pelo estilo. “Tanto que vem com uma grande crescente nos bares, principalmente entre as mulheres. Além disso, o que antes era uma opção do público mais velho está sendo apreciado cada vez mais pelos jovens”, afirma, destacando ainda o poder das variações. “Com coldbrew ele conquista mais público por ficar mais leve”, sugere, ao destacar o café na preparação.

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