Nutrição: mandioca é saúde no prato do dia a dia
O ingrediente mais nordestino de todos reúne benefícios como o fortalecimento da imunidade
Descoberta há milênios, a mandioca é um dos cultivos mais importantes dos povos indígenas da América Latina. Conhecida também como aipim ou macaxeira, a raiz, cujo calendário celebra seu dia em 22 de abril, já foi considerada pela Organização das Nações Unidas, em 2013, o alimento mais importante do século. Como é um carboidrato complexo, é fonte de energia, possui riqueza em fibras e nutrientes, promove saciedade e reforça a imunidade do organismo. Em Pernambuco, ela faz parte de elementos da cultura popular e integra o cardápio através de pratos típicos locais. Em decorrência disso, é um alimento acessível e pode ser encontrado por um custo baixo a todas as classes sociais.
Embora haja uma estigmatização em relação aos carboidratos - a exemplo da mandioca -, eles são essenciais à manutenção de nutrientes no corpo. De acordo com a nutricionista Sophia Andrade, a principal função deles é ser uma fonte de energia. “Por mais que hoje em dia tenha uma certa ‘nóia’ de não poder comer carboidrato, é importante porque é uma grande fonte de cálcio, magnésio e potássio. É essencial ter esses micronutrientes no nosso dia a dia. E muita gente chega no consultório perguntando qual é o melhor para consumir e percebo uma certa preferência pela macaxeira, por ser um alimento mais neutro e que está incluso no nosso cardápio”, frisa a nutricionista.
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Além da opção de ser cozida e acompanhada de outros ingredientes, a macaxeira também serve de base para outros pratos pernambucanos. Tapioca, farinha e escondidinho são alguns dos elementos da culinária local. O primeiro exemplo tem, em média, 130 calorias sem o recheio. “A tapioca é uma excelente opção benéfica. Temos visto que ela tem entrado nesse mesmo lugar que o pão de comida proibida. Mas vale salientar que ela é saudável e vai muito do que você escolhe como recheio. Não há um horário específico de consumo e pode ser ingerida no café da manhã ou de um lanche”, ressalta Sophia Andrade.
Restrições
Em relação à farinha, ela é recomendada quando não há o consumo de outros carboidratos no mesmo prato, como arroz e purê. Além disso, a nutricionista Helen Lima também afirma que há uma perda de nutrientes da mandioca no processamento da farinha. “Assim como todo alimento processado, a farinha perde esses nutrientes da mandioca. Quando a gente procede com a trituração, a gente perde parte dessas fibras e isso reduz o valor nutritivo do produto. Elas têm a função de facilitar o trânsito intestinal. De proteger o intestino de qualquer tipo de doença intestinal, auxiliando, por exemplo, na questão imunológica”, reforça a especialista.
Ela ainda reitera que o problema está na forma como a macaxeira é cozida e nos acompanhamentos escolhidos. “É um alimento bacana. Só que aquilo que acompanha é que vai definir o seu prato. Se ele vai ser nutritivo e bacana ou se ele vai ser um prato com excesso de ingredientes. A gente precisa ressaltar a fritura, ou seja, macaxeira frita com óleo. Ela é um alimento extremamente calórico. Tem os escondidinhos, os cremes, as sopas cremosas em que se utiliza macaxeira e gordura hidrogenada”, completa Helen.