Recife e Olinda: saiba as comidas que não podem faltar na mesa dessas duas cidades
No Dia 12 de março, Recife e Olinda completam respectivamente 486 e 488 anos, oferecendo diversos pratos cultuados como patrimônio cultural e que bem simbolizam suas histórias e tradições
Quando o assunto é comida, basta lembrar de um prato típico regional para evocar a memória afetiva de um lugar. Recife e Olinda, que neste Dia 12 de março completam respectivamente 486 e 488 anos, oferecem diversos pratos cultuados como patrimônio cultural e que bem simbolizam suas histórias e tradições.
No contexto histórico
Após expulsão dos holandeses, no século 17, a capital pernambucana se beneficiou por ser uma cidade portuária, se tornando um centro comercial de destaque. Já sua vizinha Olinda, também conhecida como a Marim dos Caetés, continuava a desenvolver a sua indústria do açúcar e seus derivados. Foi no contexto de emancipação política e econômica das colônias europeias que as cidades uniram os hábitos portugueses e sua preferência pelos sabores adocicados, às heranças das matrizes africana e indígena, tão características da formação da cultura brasileira, formando assim sua identidade culinária.
Por todos esses atributos, o Estado é considerado um dos mais ricos em produção gastronômica, com receitas à base de mandioca, milho, queijo de coalho, frutas e muita carne animal, geralmente servidas com caldo e pirão. Em visita aos principais pontos, a editoria Sabores preparou uma lista, apresentando alguns pratos que formam a mesa das cidades-irmãs.
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Arrumadinho, a estrela dos mercados
Um dos mais tradicionais pratos encontrados nos mercados do Recife é o nosso famoso arrumadinho, uma mistura de feijão de corda com farofa, carnes, vinagrete, carne de sol ou de charque, tudo bem picadinho e refogado, que só fica “arrumadinho” na hora de servir. Ao consumir, é misturado e temperado com a nossa infalível manteiga de garrafa.
O cozido pernambucano
Este tem forte relação com Pernambuco, sendo apreciado tanto no Recife como em Olinda. A receita tem base portuguesa, com carne de boi cozida e abastecida do caldo e do pirão preparado com farinha de mandioca e uma boa mistura dos legumes variados. O Bar do Luna, no bairro do Ipsep, no Recife, tem o prato como uma das suas especialidades. Já em Olinda, o restaurante Patuá é uma opção para encontrar a iguaria, inclusive na sua versão com caldo de peixe.
Sarapatel de entrada
Poucos aperitivos são tão admirados pelos pernambucanos como o sarapatel, que é um picadinho feito de vísceras de bode, cozidas em seu próprio caldo refogado. Em qualquer mercado público do recife ou no Sítio Histórico de Olinda, o prato pode ser encontrado com facilidade, servindo de aperitivo e harmonizado com cerveja gelada ou mesmo com caipirinha em uma tarde de sol.
Tapioca, a raiz do nosso povo
Uma receita que ganhou fama e projeção mundial no alto da Sé, no Sítio Histórico em Olinda, mas que também pode ser encontrada em qualquer esquina do Recife. Eis a tapioca. Iguaria de origem tupi-guarani, é feita com a fécula da mandioca, também conhecida como goma da tapioca frita em uma frigideira bem quente e recheada com recheios variados como charque, carne de sol, queijo coalho, entre outros ingredientes, ela é uma das queridinhas dos pernambucanos e se tornou um grande símbolo da nossa gastronomia no mundo. Em suas versões mais gourmetizadas, o queijo gratinado antes de adicionar a massa na frigideira garante o formato de renda e traz ainda mais sabor à receita. Mas há quem prefira as tradicionais, recheadas apenas com coco e queijo.
Caldinho, uma sopa caiçara
Pernambuco mantém a tradição do nordestino de se consumir caldos de peixe e outros frutos do mar, ou mesmo de feijoada, enquanto curte um dia de sol na praia. Turistas de outras regiões muitas vezes se espantam com o nosso costume de beber o “caldinho” nas praias. Na orla do Recife é muito comum encontrar vendedores com suas garrafas térmicas, para manter o caldo bem quentinho, do jeito que gostamos de consumí-lo.