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SÃO PAULO

São Paulo: restaurante japonês Kotori, do chef Thiago Bañares, completa três anos com novo cardápio

Casa fica no movimentado bairro de Pinheiros, serve comida japonesa casual e coquetelaria de nível

Dicas no Kotori: carapau com milho verde e manteiga de algas e shishito; e rabanada com calda toffeeDicas no Kotori: carapau com milho verde e manteiga de algas e shishito; e rabanada com calda toffee - Foto: Vanessa Lins/Cortesia

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Segunda das três casas de Thiago Bañares, o restaurante Kotori, no bairro de Pinheiros, na capital paulista, chega aos três anos confirmando que a assinatura do chef, empreendedor e mixologista é mesmo desenvolver projetos em que comida e bebida tenham o mesmo valor. 

Basta colocar o pé no Kotori e observar o lay out com um bar bem estruturado no front do salão, indicando em 'letras garrafais' que a coquetelaria tem posição de destaque, párea à comida servida por uma competente e instigada equipe de cozinha.

No último mês de maio, o Kotori foi destacado na categoria Bib Gourmand do Guia Michelin Brasil 2024 , o que significa que é um endereço gastronômico com a melhor relação qualidade preço. 

Fine 
casual

Com cardápio e carta enxutos, o Kotori tem um conceito bem amarrado de entrega de serviço: um restaurante informal, que Bañares classifica como fine casual. 

Ou seja, tem um desafio intelectual intrínseco, técnicas bem aplicadas e uso de produtos de alta qualidade, mas dispensa a sofisticação dos restaurantes fine dining, conhecidos pela alta complexidade de processos e preços altos. 

Na essência, o Kotori é um restaurante especializado em culinária yoshoku que, bem no comecinho, focava nos espetinhos (yakitori) mas, com o passar dos (ainda) poucos anos, foi evoluindo na proposta gastronômica, sempre sustentada na inspiração inicial de entregar pratos ocidentais adaptados ao paladar japonês, tornando-se mais versátil.

A propósito, Kotori significa passarinho em japonês. 

Ambiente do Kotori: bar fica na entrada do restaurante. Crédito: Vanessa Lins/Cortesia

Menu
novo e preços

Em minha última visita ao Kotori, provei de tudo, menos espetinhos, por exemplo. O tartar de wagyu coreano (com gergelim, maionese e picles de nabo) é, sem dúvida, a vedete do menu de três anos (R$ 65). 

Ao contrário da versão clássica europeia, a carne, milimetricamente picada, é servida na temperatura gelada. Isso dá o brilho do preparo. É muito refrescante.

Segui com abobrinha gelhada, embebida com um molho untuoso de amendoim, tahine e gengibre, e chilli crunch arrematando (R$ 42). 

O banquete fine casual do Kotori fluiu com cogumelo eryngui tostado, com caldo de galeto grelhado, tucupi e mostarda em grãos (R$ 65), mais brócolis cantonês salteado (R$ 45), e afirma uma das características mais pujantes da cozinha japonesa - a boa utilização de legumes e vegetais.

Finalizei o jantar com carapau na manteiga de algas e shishito (conhecida como pimenta japonesa), o pescado do dia varia, com milho, levinho, levinho. Preço sob consulta. 

Abobrinha com molho de amendoim e tahine. Crédito: Vanessa Lins/Cortesia


Bar 
e mesa

À medida em que Thiago Bañares avançou na priorização da coqueletaria na sua primeira casa, o Tan Tan, vizinho de bairro do Kotori, um dos principais efeitos colaterais dessa decisão foram os muitos reconhecimentos públicos pelo trabalho de ponta desenvolvido por ele e um time de bartenders entusiasmados.

É o caso de Caio Carvalhaes, nome central junto a Bañares nas criações etílicas do Tan Tan. 

O Tan Tan nasceu como restaurante de ramen e virou referência em mixologia, levando o Brasil a entrar na rota dos bares de drinque mais prestigiados mundo.

E fez de Thiago uma das personalidades da indústria de bebida mais influentes do mundo, pelo segundo ano consecutivo, no ranking da revista Drinks International.


Uma vez, um crítico me disse que o critério para definir o que era um restaurante é que a comida precisava ser boa e a bebida nem tanto. Eu discordo. Não acho que um restaurante não precise ter um programa de bebidas. Quando você sai para comer e beber, tudo tem que ser olhado com atenção", defende Bañares.
 

"O Tan Tan virou um bar restaurante porque queria que a coquetelaria da casa falasse tão alto quanto a comida. As pessoas reconhecem a casa não só pela comida. Não consigo mais abrir uma casa em que a coquetelaria seja sutil", conclui o chef e mixologista. 

O que beber 
no Kotori?

No Kotori, o programa de coquetelaria é enxuto, focado em clássicos, tem uma coisa aqui e acolá mais autoral, mas não se engane. Como diz aquele infame ditado "tamanho não é documento", a carta é econômica, mas entrega ótimos drinques devido à expertise do grupo. 

Eu recomendaria o Coronation nº 1, à base de jerez fino, vermute seco, licros de marasquino e biter de laranja, ou o Don Paloma, com tequila Don Julio branca e cordial de grapefruit. Jogo mais uma dica para a dúvida ficar um pouco maior: tente o Yellow Lady, feito com gin Tanqueray dry, licor de laranja e yuzu, o famoso limão japonês. Há ainda rótulos de saquê.

Os coqueteis variam de R$ 35 a R$ 65.
 

Brócolis cantonês, eryngui no tucupi e tartar de wagyu gelado. Crédito: Vanessa Lins/Divulgação

Distinções:
O Kotori foi classificado na categoria Bib Gourmand do Guia Michelin Brasil 2024 
O Kotori ocupa a 64ª posição no Latin America´s 50 Best Restaurants

Serviço
Kotori
Onde: rua Cônego Eugênio Leite, 639, Pinheiros, São Paulo
Funcionamento: terça a sexta, das 19h às 23h; sábado, das 12h às 16h e de 19h às 23h; domingo, das 12h às 16h
Reservas aqui
Instagram: @kotori.sp

 

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