Saiba como sobreviver à ceia de Natal sendo vegetariano
O grande segredo para sobreviver a uma noite de natal carnívora é pegar leve
Na noite de Natal, toda a família se reúne ao redor da mesa. Aquele tio que conta a piada do pavê, os seus primos de décimo terceiro grau que você se esforça para lembrar o nome e a tia-avó beata. Todos prontos para te encher de perguntas e piadas quando você revela que é vegetariano.
Mal sabem eles que você, além de ter uma alimentação saudável, contribui para a salvação do planeta de um colapso ambiental e, de quebra, demonstra alguma compaixão por outros seres vivos.
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Mas talvez contar tudo isso aos berros para sua tia do outro lado da mesa não seja bom para o clima familiar natalino. O grande segredo para sobreviver a uma noite de natal carnívora é pegar leve. Confira cinco dicas.
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Sem textão
Eu sei, você gostaria muito que sua família tivesse compaixão por aquele leitão assado e entendesse as consequências ambientais de servir um pernil, mas evitar discursos espontâneos na mesa pode ser bom para o clima familiar.
Vá preparado
Não quer ficar só no arroz com farofa? Leve seu prato principal já preparado. Capriche na porção, logo após as piadinhas infames e caras feias, todo mundo vai provar da sua comida. Se você é vegano, vale investir também numa sobremesa.
Separa pra mim?
Se você não conseguir fazer seu prato, peça com carinho para o piloto do fogão cozinhar um pouco de batata separada do frango e guardar uma porção de farofa antes de colocar o toucinho. Se ficar difícil, apele para a analogia. "Se caísse uma barata no seu prato, você tiraria no cantinho e comeria o resto?" pode te ajudar a explicar por que você não quer passar a próxima hora separando o presunto do arroz.
Tenha sempre uma piada em mãos
É noite de Natal, faça um esforço para levar na esportiva. Sacadinhas como "carne, para mim, só a humana" e "cuidado para o porco não gritar quando sair do forno" podem te ajudar a se livrar do bullying (ou praticar um bullying reverso).
Exercite a paciência
Você vai precisar de bastante quando alguém perguntar se as plantas não sentem dor.
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A chef Priscilla Herrera, do restaurante Banana Verde, dá a sugestão de um prato principal e uma sobremesa para a ceia veg. Veja abaixo.
Moranga com creme de pupunha
Ingredientes:
6 mini morangas pré-cozidas sem as sementes;
1 tofu batido em creme;
1 alho-poró fatiado;
2 colheres de azeite de oliva;
1 colher de café de algas hijiki;
500 g de palmito pupunha em cubos cozido e macio;
½ cebola picada;
1 pimentão vermelho em cubos;
½ xícara de castanhas de caju torradas e picadas.
Como fazer:
Com o auxílio de uma colher de sobremesa, raspe o miolo com as sementes da moranga. Cozinhe em água fervente por 15 minutos até ficarem macias; retire-as da panela e dê um choque térmico em água fria.
Para a pupunha, cozinhe por 20 minutos. Quando você espetar o palmito com a faca e ele estiver macio, é porque está no ponto. Escorra e dê um choque térmico.
Em uma panela, acrescente o azeite de oliva e refogue o alho-poró, a cebola, os pimentões e as algas hijiki. Quando estiver dourado, adicione o palmito cozido e o creme de tofu com leite de coco. Coloque temperos se necessário.
Para finalizar, recheie as mini morangas com o creme de palmito e leve-as ao forno. Finalize com as castanhas de caju torradas e picadas.
Manjar de coco com calda de goiabada
Ingredientes:
1 xícara de chá de leite de coco;
2 xícaras de leite de castanha de caju;
50 g de coco seco ralado;
½ xícara de amido de milho;
2 colheres de chia;
1 xícara de açúcar de coco ou demerara;
1 xícara de goiabada;
Óleo de coco para untar;
Como fazer:
Misture o leite de coco e de castanha com o amido de milho e mexa bem para dissolver. Adicione o coco seco ralado e o açúcar. Cozinhe em fogo médio para não queimar. Mexa sempre para dissolver o açúcar e cozinhar sem que empelote.
Quando a textura virar um mingau, acrescente a chia e desligue o fogo. A textura tem que ser cremosa e homogênea.
Unte com óleo de coco uma forma de pudim e coloque o manjar, ou espalhe em taças ou numa assadeira para bolo inglês. Leve à geladeira e, quando esfriar, sirva com a goiabada.
Validade: três a quatro dias sob refrigeração.
*Ricardo Ampudia é vegetariano há 20 Natais