Saiba qual é a uva símbolo da Argentina que, na verdade, é francesa
A uva queridinha dos argentinos tem características que valem a pena experimentar com os amigos. Conheça sua origem e curiosidades para serem levadas à mesa
Se tem um vinho que não passa despercebido, este é o da uva malbec! Democrática e cheia de personalidade, a bebida originada por essa casta convida para uma viagem que muita gente remete à Argentina. Faz sentido, os hermanos estão entre os maiores produtores do mundo. No entanto, toda essa história começou mesmo na França, mais precisamente na região de Bordeaux até, finalmente, ganhar territórios para além do velho mundo.
Uma presença tão marcante, que resulta em um dia específico de comemoração no calendário gastronômico. No último dia 17 de abril foi celebrado o Dia Internacional do Malbec. Um pretexto anual para abrir algumas garrafas e exaltar a história e as curiosidades em torno da uva.
Qual é o melhor?
Só a Argentina concentra 75% da produção mundial, sendo mais da metade localizada na região de Mendoza, com destaque para o Vale do Uco. As condições climáticas foram decisivas para os números de mercado atualmente. É que essa casta cresce bem em um clima ensolarado e em solos aluviais, resultando numa bebida mais robusta e com algum toque frutado.
Uma estrutura que pode variar, e muito, a depender do local onde a videira é cultivada. “Sua característica principal é a potência, é uma uva que traz bastante fruta negra, principalmente ameixa, amora. Acompanha muito bem carnes vermelhas por essa potência capaz de encher a boca. E a malbec argentina tem uma coisa interessante. É que, por lá, existem terroirs específicos, que mostram diferenças bem interessantes. Quanto mais alto, mais elegante o vinho sai, por exemplo”, explica a sommelière e jornalista Fabiana Gonçalves.
Uma diferença que pode ser gritante em relação ao tipo francês. “A cidade de Cahors, onde é a origem dela, mostra também a potência, mas a fruta é menos madura em relação à Argentina. Ou seja, dá para achar vinhos mais leves”, destacou a especialista.
Na mesa
Versátil, essa é uma pedida que pode ser apreciada jovem, com seus sabores frutados e taninos macios, ou envelhecida, desenvolvendo complexidade e profundidade ao longo do tempo.
Segundo Jorgeane Meriguette, sommelière e comercial da Wine Concept Brasil, estamos falando de um produto com aromas intensos de frutas escuras, além de notas terrosas, florais e de especiarias, como pimenta preta e baunilha. “Cor profunda e vibrante, geralmente com tons de púrpura e violeta. Acidez moderada e teor alcoólico geralmente alto. Harmoniza com carnes vermelhas grelhadas ou assadas, como bife de chorizo, cordeiro e filé mignon. Queijos duros e intensos, como parmesão e gouda curado. Pratos com sabores picantes também caem bem, além de massas com molhos ricos à base de tomate ou cogumelos”, define Meriguette.
Por ter uma produção tão democrática ao redor do mundo, com vinhedos explorados no Chile, na Califórnia, nos Estados Unidos, na África do Sul e até mesmo no Brasil, os preços podem variar bastante, com preço variando em torno de R$ 100.