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Gastronomia

Veja curiosidades sobre o açaí, um fruto típico da Amazônia

De prato servido com peixe ou carne, uma iguaria amazônica com diferentes consumos no Brasil

No Recife, Manu Tenório tem açaí com pegada saudávelNo Recife, Manu Tenório tem açaí com pegada saudável - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Fruto de uma palmeira típica da região amazônica, o açaí é alimento que segue no topo. Dos benefícios nutricionais à força gastronômica, esse produto de cor escura, que vai do roxo ao preto, é um símbolo da cozinha brasileira, capaz de fomentar a economia e mobilizar fãs de todas as partes.

 

Do Pará, ele surge imponente. Não à toa, o Estado concentra mais de 90% da produção brasileira, sendo também o maior exportador para mercados americanos e franceses. E isso tem uma razão. O Norte concentra um alto volume de umidade e alagamento de solo necessários para o cultivo da espécie. Para se ter uma ideia, cada árvore adulta precisa de 120 litros de água por dia. Motivo para o Nordeste ainda testar a viabilidade da produção.

Direto do Pará
O ritual herdado dos ribeirinhos, saboreado no mesmo prato com peixe frito e farinha de mandioca, está na rotina do Pará. Segundo Lourdes Barbosa, pesquisadora dos temas da Cultura Alimentar e Gastronomia da Amazônia, além de chef-proprietária da Mercearia Pará, a população daquela região consome as proteínas fritas com o açaí sem açúcar. “Tem quem coloque açúcar, mas, mesmo assim, com a proteína junta. E, normalmente, as pessoas de fora perguntam: ‘poxa, porque só tem a opção da barra de 1 litro ou de 1kg? Porque o paraense não toma apenas 100ml ou 200ml. Tomamos entre 500ml e 1 litro. É a ‘sustança’, dizem. Toma-se depois do almoço, vai para uma rede e dorme. Esse é o hábito”, comenta.

Em Belém, por exemplo, é comum as casas baterem o açaí na hora, ainda meio quente, para ser consumido logo em seguida. Como o produto é altamente perecível, a solução do mercado é fazer seu congelamento imediato.

Em outras regiões
A massificação ao redor do Brasil aconteceu nos anos 1990, especialmente no Rio de Janeiro. Muitos atribuem esse “boom” à família Grace, que aliou o produto à vitalidade e esporte. “Sabemos que ele tem um sabor arenoso. Mas o paraense se ofende quando alguém diz que tem gosto de terra. No entanto, as pessoas não estavam acostumadas com aquele sabor e acharam de misturar com coisas que facilitaram a aceitação do paladar”, conclui Lourdes.

Entra em cena a mistura que os nordestinos e sulistas mais conhecem: a do açaí batido com xarope de guaraná - que suaviza algumas características do fruto amazônico. Outra linha de pensamento argumenta que certas combinações também ajudam no processo de conservação - útil para a exportação - e barateamento do produto. Enquanto alguns paraenses ficam chateados com as modificações, outros defendem que o mais importante é o alimento conseguir entrar em outros territórios, despertando a curiosidade para o consumo artesanal.

Nutrição e gastronomia
Polêmicas à parte, esse é um item rico em antioxidantes, vitaminas, minerais e, ao contrário da maioria das frutas, é fonte de gorduras saudáveis. “Suas propriedades antiinflamatórias podem ajudar a aliviar os sintomas de doenças crônicas, proteger contra doenças neurodegenerativas, melhorar o fluxo sanguíneo para o cérebro e melhorar a memória”, defende a nutricionista Luciana Leocádio, destacando a forma mais saudável de consumo. “A polpa pura batida com banana. Também sugestões de toppings, como abacate e sementes de abóbora, sementes de chia, pasta de amendoim, frutas fatiadas, flocos de coco ou granola sem açúcar”, completa.

Muito além da versão pura, servida em tigela, também é comercializada a opção em pó, que facilita a produção de macarrão, pães e biscoitos à base do fruto amazônico. O chef Alex Atala, por exemplo, costuma servir um purê de açaí em alguns dos seus cardápios. No Recife, Pedro Godoy faz um bao de açaí recheado com camarão e toque de cupuaçu.   

Curiosidades:

- O nome açaí vem de uma palavra do tupi que significa “fruta que chora”
- Possui baixo índice glicêmico
- Sua cor roxa é a que mais pode manchar os dentes (quando não há higienização bucal correta)
- Na Amazônia, o mercado aproveita toda a árvore do açaí, não só o fruto

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