Lavar as mãos x COVID-19
Hábito é a principal recomendação para evitar vários tipos de contaminação
As mãos são muito significativas no mundo de relações dos humanos. Com elas tateamos nosso corpo, tocamos objetos, tocamos pessoas. Esses toques variam em duração, intensidade e especificidade. Vão de um aperto de mãos a um procedimento cirúrgico delicado; da sutileza de experimentar a textura de uma fruta madura, à força para conter um animal bravio...
Praticamente desde que se desenvolveram os conhecimentos da microbiologia, lavar as mãos se converteu em recomendação universal para a prevenção de doenças. Ao contrário do simbolismo acerca da nefasta atitude de Pôncio Pilatos (o qual, ao lavar as mãos, estaria se isentando da possível culpa de ter entregado Jesus aos carrascos), lavar as mãos, para nós, é salutar sob todos os aspectos.
Sabemos da existência de micróbios em toda a superfície corporal, onde haja revestimento de pele e mucosas, como em nariz, boca, garganta, pálpebras, ouvidos, cabelos, mãos e unhas. Se a pele e os cabelos hospedam micróbios, as roupas e tudo o mais que entre em contato (brincos, elásticos, tiaras, faixas, pulseiras, anéis, alianças, colares, piercings, joias e relógios) passam a se contaminar também.
Os aparelhos de telefonia celular são, hoje, uma quase extensão do nosso corpo, haja vista a intimidade que têm com as mãos. As chaves, as cédulas e as moedas entram na lista de itens, como os demais citados aqui.
As recomendações para lavagem correta das mãos em ambientes de preparo de alimentos são rigorosas, uma vez que, se houver contaminação deles com germes patógenos (os que causam doenças), as consequências podem ser desastrosas. Pelos manuais de boas práticas em alimentação coletiva, uma boa lavagem das mãos deve durar de 40 a 60 segundos. Levar as mãos sujas à boca, ao nariz e aos olhos já constitui, em si, um maior risco de contaminação com os micróbios, tal qual se adverte em tempos da pandemia pelo Novo Corona Vírus, a COVID-19.
Em áreas de preparo de refeições, a pia para lavar as mãos não deve ser a mesma em que se lavam os alimentos, os vasilhames e as peças de equipamentos como liquidificador, processador, chapas, etc.
Quando optar pelo uso de toalhas de algodão para enxugar as mãos, elas devem ser distintas das que se destinem a enxugar os utensílios. Lavar as mãos antes de preparar os alimentos e entre todos os procedimentos ou etapas é fundamental, sobretudo depois de manipular alimentos crus, como carnes, peixes, frango, vegetais e frutas.
Como dito antes, uma grande quantidade de germes patogênicos é encontrada na boca, no nariz e na garganta; por isto, fumar, tossir, espirrar, cantar, assoviar e falar demais próximo aos alimentos pode contaminá-los, assim como às superfícies e aos objetos situados no entorno. Esta mesma etiqueta deve se estender aos restaurantes, nos quais os balcões e bufês devem ser protegidos para que os clientes não contaminem os alimentos enquanto se servem.
O compartilhamento de talheres e copos é uma norma igualmente desaconselhada, reforçada como atitude preventiva para a contaminação com o Novo Corona Vírus. Estas recomendações dadas nas circunstâncias da pandemia que se apresenta são válidas sempre, quando se trata de promoção à saúde e prevenção das doenças. Ajamos, pois, com responsabilidade, sendo bom exemplo para aqueles que estão conosco neste grande desafio perante a doença que assola o Planeta, nossa morada atual.
*É nutricionista e e atua no Tribunal de Justiça de Pernambuco no Núcleo do Programa Saúde Legal