Os hormônios e as nossas fases da vida
Do crescimento ao desenvolvimento adulto, são essenciais ao corpo
Os hormônios são essenciais às nossas vidas, exercem ações fundamentais em todas as fases que vivenciamos. No crescimento e desenvolvimento, desde a vida intrauterina, na diferenciação e maturação sexual, na capacidade de reprodução, no armazenamento e mobilização das nossas reservas energéticas etc.
hormônios tiroidianos são essenciais, entre outras funções, para o desenvolvimento do cérebro – ainda no útero – quando atinge 50% da suas dimensões finais por ocasião do nascimento. Um outro hormônio muito importante na vida intrauterina é o testosterona. Ele é responsável pela diferenciação da genitália externa masculina, ou seja, as genitálias que não sofrem sua ação têm a tendência a evoluir como femininas.
O nosso crescimento após o nascimento depende da ação integrada dos vários hormônios. Alem do hormônio do crescimento, os tiroideanos, a insulina, hormônios adrenais etc, são essenciais para o desenvolvimento da estatura.
A deficiência de qualquer um deles, não tratada, repercutirá negativamente sobre a nossa altura final. Os hormônios sexuais secretados pelos testículos ou ovários são produzidos em quantidades diminutas desde o nascimento até a puberdade.
No período entre 8 e 15 anos, os testículos e os ovários aumentam substancialmente a secreção dos seus hormônios responsáveis pelo surgimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários. Pelos axilares e pubianos, desenvolvimento das mamas e útero, aumento do pênis e dos testículo etc…
Também são estes hormônios sexuais os responsáveis pelo crescimento estatural mais rápido, que acontece na puberdade. Além da produção hormonal, as gônadas, ovários e testículos, são os produtores das células, óvulos e espermatozóides, que permitem sermos capazes de nos reproduzir.
Os hormônios também regulam o consumo de energia, armazendo-a sob a forma de gordura e mobilizando-a quando dela nescessitamos. Depois dos 30 anos de idade, quando a capacidade fisica começa a diminuir, o mesmo ocorre com o ritmo da secreção de vários hormônios. O de crescimento é secretado cade vez menos.
Alguns dos adrenais – DHEA e SDHEA – também são produzidos em menor quantidade. As secreções das nossas gônadas, ovários e testículos, passam pelo mesmo processo. Nos ovários, existe uma redução abrupta, acarretando a menopausa. Entre os homens, a diminuição da secreção é lenta e progressiva.
Por outro lado, o nosso corpo passa a apresentar sinais de doenças causadas por déficit de alguns desses hormônios: redução da massa muscular e óssea, da capacidade mental, da libido e da força erétil, tendência à depressão etc.
É o envelhecimento que causa a baixa da produção hormonal? Ou é a redução da secreção hormonal que causa o envelhecimento? A administração desses hormônios poderia evitar ou retardar os problemas que ocorrem na velhice??
Muito embora alguns acreditem, a maioria das pesquisas não demonstraram benefícios. Algumas clínicas que se intitulam anti-envelhecimento prescrevem o DHEA, vendido nos Estados Unidos, como suplemento alimentar.
Outras recomendam uso de hormônio do crescimento. Porém, o pensamento dominante na medicina é que estas não são práticas recomendáveis. Os estrógenos para o tratamento da menopausa já foram das drogas mais prescritas pelos médicos. Hoje, no entanto, a maioria só as usa nas pacientes em menopausa e com sintomas climatéricos: fogachos, vagina ressequida, suores noturnos etc, e por períodos curtos.
Quanto à andropausa, ela foi durante muito tempo, não admitida. Atualmente, já se admite que em cerca de 30% dos homens com mais de 55 anos de idade a diminuição da testosterona é intensa, causando sintomas, e que a sua reposição nestes casos pode ser benéfica. Entretanto, o pensamento dominante entre os especialistas é que sejam práticas nos testículos.
*É endocrinologista e escreve quinzenalmente neste espaço