Entenda os fatores decisivos para o cancelamento prematuro das séries de TV
Quando séries são canceladas a reação previsível pode acontecer, principalmente, de duas maneiras: comemorar ou lamentar. Nos últimos meses, entretanto, o sentimento de negação tem se tornado mais frequente entre público e crítica. A Netflix continua sendo o streaming líder no mercado, porém o vasto catálogo se expande mês a mês e os cancelamentos de originais estão frequentes, gerando debates nas redes sociais.
Os fatos que levam uma produção ao cancelamento podem acontecer após uma combinação de elementos compreensíveis não apenas no segmento de streamings como a Prime Video e a Hulu, mas para todos os canais de TV, sendo as mais recorrentes a queda na audiência e a quantidade de verba direcionada para cada série. No caso da Netflix, muitos dos motivos seguem mantidos em sigilo pela política da empresa, mas segundo Deadline, o novo sistema de avaliação do streaming considera número de visualizações, custo de produção e chances de premiação como elementos base para desenvolver (ou não) novos episódios.
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Foi essa a justificativa dada para encerrar as atividades de “Spinning Out”, por exemplo, série protagonizada por Kaya Scodelario que estreou em janeiro e já não volta para o segundo ano. As animações “BoJack Horseman” e “Tuca & Bertie” também estão canceladas, sendo a primeira um dos grandes sucessos entre a crítica especializada há cinco anos.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Raphael Bob-Waksberg, o criador de “BoJack Horseman”, diz que o movimento de acabar a série não partiu dele. "Do ponto de vista criativo, não estou bravo com isso; mas nem sempre era meu plano fazer seis temporadas", comentou.
“The Crown”, série que narra os acontecimentos do reinado da Rainha Elizabeth II, deveria acabar na sexta temporada, mas a Netflix sinalizou que a quinta será a última. Atualmente a produção conta com três temporadas no catálogo da plataforma, tendo um total de 26 indicações ao Emmy nas duas primeiras. Mas se o reconhecimento não é um problema neste caso, o custo é. A reportagem do THR (linkado no início deste texto) afirma que os programas tendem a ficar mais caros à medida que envelhecem, e “The Crown” está entre os mais caros da Netflix.
A conclusão mais óbvia que podemos chegar é que para renovar uma série, a empresa que detém os direitos do material precisa investir certa quantia, mas é mais lucrativo direcionar o valor para novas séries e, assim, atrair novos assinantes e consumidores, em vez de apostar em produções “antigas” que podem ou não render novos frutos.
Em 2019, ano em que “Santa Clarita Diet” também chegou ao fim, a chefe de conteúdo da Netflix, Cindy Holland, chegou a dar uma entrevista explicando o que influencia na decisão. “Quando estamos investindo, decidimos o quanto investimos baseado na audiência que vai aparecer. Se a audiência não aparece, pensamos na razão para continuar investindo em algo que não está se saindo tão bem quanto esperávamos”, disse Holland. “Obviamente, sucesso de crítica é importante, mas estamos tentando fazer o dinheiro de nossos investidores valer – é deles, não nosso”, afirmou.
De qualquer forma, é uma pena quando uma grande história chega ao fim antes da hora, mas novos mundos estão por aí, prontos para serem explorados. Como diria os jovens da internet: a gente que lute.
Fernando começou a assistir a séries de TV e streaming em 2009 e nunca mais parou. Atualmente ele já maratonou mais de 300 produções, totalizando aproximadamente 7 mil episódios. A série mais assistida - a favorita - é 'Grey's Anatomy', à qual ele reassiste com qualquer pessoa que esteja disposta a começar uma maratona. Acesse o Portal, Podcast e redes sociais do Uma Série de Coisas neste link.
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