Maurício Castro e Maurício Silva expõem na MauMau

Mostra 'Maurício Castro x Maurício Silva', que abre ao público nesta quinta-feira, celebra os dez anos da galeria

Maurício Silva e Maurício Castro - Diogo Conde/Divulgação

A relação entre Maurício Castro e Maurício Silva vai além do nome que compartilham. Amigos de longa data, eles pertencem a uma mesma geração de artistas visuais pernambucanos e já trabalharam em parceria em vários momentos. Tão distintas entre si, as obras dos dois estão juntas na exposição comemorativa do aniversário de dez anos da galeria MauMau, batizada de "Maurício Castro x Maurício Silva", que será aberta ao público nesta quinta-feira (25), às 19h.

Ambos os artistas têm uma ligação afetiva com a galeria. Há, inclusive, quem acredite que o nome MauMau é uma homenagem a eles. A gestora do espaço, Irma Brown, prefere preservar o mistério, mas não nega a admiração pela dupla. "O Castro trabalha com a gente desde o início. É uma figura chave na existência da casa. Já Silva eu conheci quando veio participar da Gráfica Lenta, que é nosso ateliê de gravura comandado por Castro. Depois disso, fomos mantendo contato sempre. Ele tem um poder muito grande de agregar e, por isso, não podia ficar de fora dessa celebração", afirma.

Inéditas e desenvolvidas exclusivamente para a mostra, as peças estão expostas em duas salas da galeria. Maurício Castro apresenta cinco pinturas em acrílico, de tamanhos médio e grande. "São quadros sobre empilhamentos de coisas. Tem a ver com a minha mania de acumular, da qual eu estou tentando me curar. Então, pinto os quadros e me desfaço dos objetos. Vou colocar, por exemplo, uma mesa com vários projetores meus, que as pessoas podem levar", conta Castro.

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Já Maurício Silva traz uma série de colagens. Para ele, será interessante para o público observar as diferenças entre as duas produções. "Temos obras completamente diferentes e opostas. Falamos que vai ser um duelo, mas claro que não passa de uma brincadeira, porque o que existe é muita troca de amor envolvida. A MauMau é um espaço que proporciona isso", diz Silva.

Morando na França há 15 anos, Maurício Silva está passando uma temporada no Recife. No dia 3 de agosto, ele também expõe na Luni Estúdio Cultural. Além disso, está mantendo um ateliê temporário, no bairro do Poço da Panela, com atividades continuas.

"Durante o tempo em que eu estiver na cidade, vamos fazer palestras, exposições de filmes e até peça de teatro. Quero movimentar esse lugar", revela. Quando voltar para a Europa, começa a trabalhar em uma nova mostra. No final do próximo ano, pretende repetir em território francês o que fez no encerramento do 45º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, em 2003, quando enterrou cabeças de cerâmica no interior da antiga Fábrica Tacaruna, na divisa entre Recife e Olinda.