Nos pênaltis, Náutico consegue o acesso à Série B

Paysandu abriu 2x0 no placar, mas o Timbu empatou aos 48 do segundo tempo e venceu nas penalidades

wide nautico - Folha de Pernambuco

Inacreditável. Emocionante. Surreal. Os gritos de "vamos subir, Náutico!" ecoaram nos Aflitos. Após sair perdendo por 2x0 para o Paysandu, neste domingo (8), nos Aflitos, pelas quartas de final, o Timbu, para muitos, estava reescrevendo mais uma história de frustração na Série C. Aos que acreditaram até o fim, a recompensa veio com um sabor especial. Um empate aos 48 minutos do segundo tempo. Depois, vitória nos pênaltis por 5x3. O resultado colocou os pernambucanos na semifinal do torneio. No fim de semana que marcou as comemorações da Independência do Brasil, o Alvirrubro deu seu grito de liberdade. Adeus, Série C. Bem-vinda, Série B.

Jogo decisivo tem sempre o adicional do nervosismo. O clima quente começou já no banco de reservas, com o técnico Hélio dos Anjos discutindo com o auxiliar do Náutico, Luciano Borges. Nas arquibancadas, cenas lamentáveis de brigas entre torcedores da organizada alvirrubra. Em campo, quem sentiu a pressão foi Mota. O camisa 1 do Paysandu tocou uma bola nos pés de Jean Carlos. O meia driblou o goleiro e chutou. Micael salvou o Papão.

A chance desperdiçada custou caro. Dessa vez, o nervosismo pintou na defesa alvirrubra. Camutanga e Willian Simões erram na saída de jogo e deram chance para Vinícius arriscar de longe. A bola desviou em Diego, acertou a trave e morreu no fundo do gol. Foram 45 minutos iniciais de um futebol fraco e passivo do Náutico. Perto dos acréscimos, a equipe quase sofreu mais um baque. Nicolas recebeu livre de marcação, driblou Jefferson e chutou. A bola ia entrando, mas o pé de Camutanga tirou o gol.

Willian Simões vinha sofrendo na marcação pelo lado esquerdo. E o problema ficou escancarado logo aos nove do segundo tempo, quando Tony passou livre e cruzou para Nicolas. O atacante, de letra, marcou um golaço nos Aflitos. A festa, que deveria ser vermelha, foi azul.

Com Matheus Carvalho na vaga de Thiago, o Náutico foi para o tudo ou nada. Precisava de dois gols para levar a decisão para as penalidades e três para operar um milagre nos Aflitos. Aos 19, o lance para trazer esperança aos alvirrubros. Willian cruzou e Álvaro cabeceou firme para diminuir a desvantagem no placar.

O Náutico foi empilhando chances desperdiçadas até aos 48 minutos. Após cruzamento, a bola bateu na mão de Caíque. Pênalti. Jean Carlos na bola. Confusão, expulsões de Perema e Diego Silva e muita tensão nos Aflitos. Com toda a pressão em suas costas, o meia respirou e bateu forte para empatar o jogo e levar a decisão para as penalidades.

Nas cobranças, todos os batedores do Náutico converteram (Jean Carlos, Jhonnatan, Willian, Matheus Carvalho e Josa). No gol, brilhou a estrela de Jefferson, que pegou o pênalti de Wellington. Uma partida para entrar na história. Na raça, com emoção e no ano que retornou aos Aflitos, o Náutico volta à Série B.

Ficha técnica

Náutico 2 (5)
Jefferson; Hereda, Camutanga, Diego Silva e Willian Simões; Josa, Jiménez (Jhonnatan) e Jean Carlos; Álvaro, Thiago (Matheus Carvalho) e Rafael Oliveira (Wallace Pernambucano). Técnico: Gilmar Dal Pozzo

Paysandu 2 (3)
Motta; Tony, Micael, Perema e Bruno Collaço; Anderson Uchoa, Wellington e Tomas Bastos (Thiago Primão); Nicolas, Vinicius e Hygor. Técnico: Hélio dos Anjos

Local: Aflitos (Recife/PE)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS). Assistentes: Leirson Peng Martins e Lucio Beiersdorf Flor (ambos do RS)
Gols: Vinicius (aos 24 do 1ºT), Nicolas (aos 9 do 2ºT), Álvaro (aos 19 do 2ºT) e Jean Carlos (aos 48 do 2ºT)
Cartões amarelos: Matheus Carvalho (N); Caique, Uchoa, Thiago Primão, Nicolas, Mota (P) 
Cartão vermelho: Perema (P): Diego (N)
Público: 16.662
Renda: R$ 622.183,00

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