“Paris-Brest” ou um jornalista que se aventurou pelas cozinhas

O jornalista Alexandre Staut fala sobre sua experiência na França, entre panelas e clássicos gastronômicos

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Conheci Alê, como os colegas da área o chamam, em uma das muitas coberturas gastronômicas Brasil afora. Dedicado não somente às resenhas culinárias, o paulistano Alexandre Staut, hoje titular do blog Tudo al Dente, também exercita sua veia de autor com romances, como os títulos “Jazz band na sala da gente” (2010) e “Um lu­gar para se perder (2012)”, além do infantil “A vizinha e a andorinha” (2015).

Depois de se arriscar na literatura ficcional, Staut, enfim, reuniu suas duas grandes paixões, comida e literatura, nas traçadas linhas do “P­a­ris-Brest”, livro saído do forno esta semana pela Companhia Editora Nacional. Alê conta como e por quê, quando deixou o jornalismo gastronômico da Folha de São Paulo e decidiu se aventurar pelas cozinhas da pátria mãe da gastronomia clássica, a França.

Em L’Aber Wrach, pequeno vilarejo ao lado de Brest, na região da Bretanha, começou a trabalhar como co­zinheiro em um pequeno res­taurante, o Le Patio Gourmand, em 2002. Assim come­ça a história que durou aproximadamente três anos e meio. O olhar delicado de Alê para o cotidiano e para preser­var memórias não deixou de la­do as receitas capturadas na jornada pessoal de aprendizado e auto conhecimento: o livro vem abastecido de receitas, muitas grande tradições da culinária francesa, elaboradas com pitadas do tempero e da cultura brasileira.Entre uma história e outra, o autor nos brinda com receitas.

São 58 entre pratos principais, entradas e sobremesas. O leitor aprenderá a fazer, por exemplo, o pão de campagne, a original maionese e suas variações, ratatouille e o clássico doce pa­ris-brest, que dá nome ao li­vro, uma espécie de bomba recheada de creme e coberta de frutas ou amêndoas. O nome seria uma referência a uma corrida de bicicleta da capital do país à cidade bretã, já que o formato do doce é um círculo, o que faz lembrar uma roda de bicicleta. Um livro que é uma celebração à França e à sua cultura, à vida e ao amor.